quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chovia...

Ouvia-se a chuva que caia suave e pequena como algodão.
A cadeira balouçava e o runhir da madeira acompanhava o miar do já velho pantufa no parapeito.
Ajeitando a lenha na fogueira ela perguntou-lhe:
-Achas que valeu a pena?
voltou a ouvir-se o silêncio por longos segundos aquando um franzir de sobrolho envolvido numa voz rouca exclamou:
-Só por ainda hoje poder sentir o brilho desses teus olhos já tudo valeu a pena.
A humidade daquele dia fe-la ter um arrepio e tratou de enrolar-se no xaile que a pequena lhe tivera dado no dia da Mãe.
Ele desviou os fios grisalhos que escondiam seu rosto e dando-lhe um beijo na testa agarrou-lhe na mão e precisou:
- Eu sempre estarei aqui, sabes que sempre te Amei!
E ajudando-a a levantar levou-a a deitar-se. Ao apagar a luz fitou uma foto dos 4, ela abraçava o traquina e ele a pequena.
A lágrima caiu no rosto cansado e no pensamento daquele velho apaixonado ouvia-se dizer:
- Obrigado AMIGO, obrigado por me teres ajudado a ser Feliz. Cuida deles se um dia aqui não estiver.


O pantufa enrolou-se no tapete da lareira e adormeceu.


1 comentário:

Anónimo disse...

Dá asas ao teus sonhos...

Abraço